O abismo tático. A arte de fazer FUP. O sentimento de inferioridade.
E um spoiler do primeiro módulo do FSM.
Faaala galera!
Essa semana, dei uma palestra para o Ciclo Empreendedor, um grupo de empresários e executivos gaúchos. Falei sobre o abismo tático que existe no marketing - e vi cabecinhas balançando em concordância. Então vou começar por esse assunto.
O abismo tático
Como empreendedor e marketeiro, eu acabo circulando tanto pessoas “de negócio” (fundadores, empresários, c-levels) quanto “de marketing” (heads, gerentes, analistas, freelas, agências).
É vivendo esse contraste que eu pude perceber a existência de um abismo tático:
Lá em cima, no estratégico, o time de negócio.
Lá embaixo, no operacional, o time de marketing.
No meio, supostamente, um Head de Marketing que sirva de interface entre uma coisa e outra.
Quando a empresa tem um Head que manda bem nessa posição (e um CEO que saiba trabalhar com ele, diga-se), não há abismo nenhum. A dupla CEO & Head joga como Jordan & Pippen. Ninguém segura. Mas isso é raro.
Seja por limitação de budget, seja por carência de profissionais, o que acontece quase sempre é: a empresa aposta em alguém ainda não muito preparado para a senioridade do desafio.
E aí a performance não vai muito bem - e começam as bateções de cabeça. O CEO tem dificuldade de “descer para o tático”, e assim não consegue dialogar com o Head. Já o Head tem dificuldade de “subir para o estratégico”, e assim não consegue dialogar com o CEO.
O que fica disso?
Para o empresário:
Aprenda marketing. “Para uma empresa ser bem-sucedida”, escreveu Paul Graham, “Pelo menos um dos fundadores precisará passar um bom tempo em marketing e vendas”.
Contrate um Head. Uma agência é ótima para o operacional. Mas ela só fará uma parte do marketing. Quem olhará o todo? E quem direcionará a agência, quando as coisas não estiverem indo bem?
Para o Head:
Preencha o abismo tático. Você faz isso primeiramente dominando todas as funções do marketing, e não sendo apenas alguém de growth, branding ou dados. É de um líder assim que o time precisa para que seja bem direcionado - incluindo aí freelas e agência (leia mais sobre isso aqui).
Pense negócio, não apenas marketing. Depois, você faz isso sendo capaz de traduzir o marketing para o nível de negócio - e vice-versa. Não apenas para que seu trabalho seja validado, mas é porque estão em nível de negócio muitas das alavancas que você poderá puxar para dar tração ao marketing.
Para o empresário, o abismo tático é um problema. Foi por isso que, lá atrás, eu “caí para o marketing” e busquei eu mesmo preencher esse espaço.
Para o marketeiro, ele é uma grande oportunidade. Foi por isso que eu criei o Full Stack Marketing, tanto essa news quanto o programa de formação.
A arte de fazer follow-up
Se tem uma coisa que acaba com a relação entre líder e liderado é a sensação de estar sendo engambelado. Se você percebe que a pessoa está tentando te convencer de algo, ou esconder alguma coisa, ou fingir saber algo que não sabe, você põe em dúvida a base de qualquer parceria: confiança.
E aí você vai começar a ficar reativo. O que antes eram questionamentos, agora é sabatina. O que antes era um momento de riqueza, agora é de tensão. O que antes era ajuda mútua, agora é justificação do próprio trabalho.
Sinal de que a relação apodreceu.
Como evitar isso?
Como liderado, aprenda a fazer follow-ups. Saber atualizar seu chefe é uma das coisas que mais acelera seu crescimento.
Como líder, aprenda a receber follow-ups. Saber cobrar e extrair o que você precisa do seu time evita vácuos de gestão e desalinhamentos.
Como fazer follow-up do jeito certo?
Encare o follow-up como parte de sua pauta. Tenha um espaço em que você anota e gerencia o que precisa ser levado. O segredo é reparar nas perguntas e solicitações feitas pelo seu chefe e levar atualizações sobre elas. Ele vai sentir que você presta atenção e não esquece o que ele fala, nem releva combinados.
Seja ativo para reportar problemas. Reportar só coisa boa é ruim. É importante ser ativo ao reportar blocks e dificuldades. Mostra que você se preocupa com o trabalho, não só com gerar uma boa impressão.
Não leve informação demais. Assim como você, seu chefe tem uma capacidade limitada para endereçar assuntos. E discutir só por discutir não é a intenção do seu chefe. Além de que ele vai achar que você não sabe priorizar.
Follow-up não é sobre impressionar, é sobre criar parceria. Acima de tudo, não encare esse momento como palanque político. Interaja genuinamente com seu chefe. Você não quer manipular ele, mas ser um bom parceiro de trabalho. Seja honesto e verdadeiro, acima de tudo.
Um follow-up conduzido dessa forma é uma oportunidade enorme de forjar grandes parcerias. E ajudar a costurar essa relação para cima (com CEO) e para baixo (com time).
Um mindset para o generalista não se sentir mal com ele mesmo
Não é fácil ser generalista. Por melhor que sejamos, quase sempre nos sentimos inferiores. Isso acontece porque o generalista nunca é o melhor em praticamente nada. E há um enorme custo psicológico nisso.
Como aprender a lidar com esse sentimento? O melhor jeito é gerar resultado. Ele dá a evidência que você muitas vezes precisa para acreditar no seu próprio valor. Mas isso não basta.
Admito que, ainda hoje, me sinto um impostor para muitas coisas. Eu sei da minha capacidade de gerar resultado. Posso até comprová-la. Ainda assim, às vezes basta uma coisinha errada para reabrir inseguranças. O padrão segue assim:
Tal coisa deu errado.
Ou vi alguém mandando melhor em tal coisa.
Logo, eu não sou tão bom em tal coisa.
E essa tal coisa deve ser muito importante.
Não posso não saber tal coisa.
E assim um gapzinho de nada ganha uma relevância desproporcional.
Nessas horas, é importante ter clareza de onde está o valor de um generalista. Assim, garantindo que você não está vendo como algo negativo. E o resumo é o seguinte:
Você não se sente o melhor em nada, mas você é. Quer ver?
Talvez você não seja top 1% em nenhuma função específica. Mas talvez você esteja nos 20% melhores em 3 diferentes funções específicas. E ser o 20% melhor nessas 3 funções específicas é estar no 1% melhor entre os generalistas que dominam essas 3 funções. Sacou? Quem articulou isso foi o Henrique, lá num post do Linkedin.
A raridade está na combinação. Nunca esqueça disso. Principalmente para um Head de Marketing. Se quiser aprofundar, gravei um vídeo sobre perfil generalista.
Se esse raciocínio acalmou seu coração generalista, dá um reply e me conta!
Vem junto no Full Stack Marketing
E a primeira turma do FSM começou essa semana. O primeiro módulo, “As 4 funções do marketing e o papel do Head”, já foi disponibilizado. Ele inclui:
O organismo do marketing e o clínico geral
As 4 funções do marketing
Growth e Branding: os 2 lados do cérebro
Gestão e Dados: as funções de apoio
O papel do Head de Marketing
Os diferentes caminhos e perfis do Head
As diferenças entre Função, Perfil e Estrutura
Extra: Self-assessment [Interativo]
Corre que as últimas vagas ainda….
Não sou copywriter mentiroso. Sem gatilhos ilusórios. Se agora não for o momento, vai continuar tendo vaga depois… Relaxa.
Porém, se quiser vir agora, é um super timing.
Pega o bonde no início.
Repensa as coisas para 2025.
Ajuda a construir o programa junto.
No dia 18, vou soltar o módulo 2. Vem junto!
Nesse link aqui, tem um vídeo meu apresentado o programa em detalhes. Você vai poder sentir se faz sentido para você.